Olá amigos
do Blog. Estava em Quimperlé, uma pequena e graciosa vila medieval na região da
Bretanha, França. Havia mergulhado no naufrágio do U 171, submarino alemão que
afundara ao topar com uma mina ao largo da Ilha de Groix. Foi emocionante
explorar os destroços a 42 m e ver, entre outros, um torpedo e o periscópio do
U Boat.
Era convidado do amigo e conhecido mergulhador francês Jean-Louis
Maurette; estava morando na casa dele e isto foi muito bom. Ele me levou a
Brest para conhecer o Musée National de La Marine, notável instituição de
memória que ocupa um castelo. Lá está toda a história marítima da França e,
além de um acervo primoroso, pude ver um submarino-de-bolso alemão conhecido
como Seehund e outro nada convencional, o Neger. Em Brest também havia uma grande
base de U Boats; vimos a distância pois era área militar da Marinha francesa e
não foi possível entrar. Na manhã
seguinte fomos até Lorient conhecer a famosa base de submarinos de Keroman,
sede da 2ª Flotilha de Submarinos. Impressionante!
Na verdade ali estão 3 grandes abrigos blindados, os principais, erguidos pelos
alemães para proteger os U Boats das bombas Aliadas. São conhecidos como
Keroman 1, 2 e 3. O último, o 3, foi construído em 1943 e nele tudo é colossal.
Tem uma área de 24.000 m², mede 138 m de comprimento, 170 m de largura e 20 m
de altura. O teto é uma blindagem de concreto com 7,40 m de espessura,
resistente às mais pesadas bombas aéreas. A estrutura tem várias “garagens”,
docas inundadas que abrigam 13 submarinos. Lembram do início do filme Das Boot?
Pois é, igual. Paga-se uma
entrada e logo os turistas se agrupam ao redor da guia. Na zona de reunião há
um submarino francês em terra, convencional, classe Daphné, o Flore. Ele
encanta os visitantes.
Com a guia
na frente, iniciamos nosso tour. Lembrei que estas bases na costa oeste
francesa tinham enorme importância para o sucesso das operações dos U Boats no
Atlântico. Entramos no bunker. Há portas blindadas de aço, escadas, suportes,
salas, coisas que estão ali a mais de 75 anos. A água penetra em cada box e é
fácil imaginar um U Boat atracado no cais. Tudo é História, está por toda a
parte. A guia só falava francês e procurei sair do grupo e explorar por conta
própria. Caminhando pelo teto, não vi nenhum dano ou marca de bombas, somente 3
torres de flak. Estavam sem as armas. Subi em uma delas. Pelo tamanho da base
talvez fosse para um canhão de 20 mm em montagem quádrupla, tinha um campo de
tiro excelente, tanto no ar como na superfície.
Lembrei que dali tinha
suspendido o U 507, um U Boat Tipo IX B que afundou 5 navios brasileiros em
agosto de 42, empurrando o Brasil para a II Guerra Mundial. Terminamos nossa
visita a Keroman 3 conhecendo a Villa Kerillon, casa onde a partir de Set 1940,
serviu como QG do Almirante Doenitz por 17 meses, e um antigo pub, o Bar Le
Margaret, local onde se reuniam os comandantes dos U Boats. Tomamos uma cerveja
por lá sentindo todo o clima da Batalha do Atlântico. “Atacar, atacar! Avante,
eia ao inimigo, ponham-no a pique! Navegamos contra a Inglaterra!” Que história!
Com Jean-Louis Maurette e Hugues Priol no Musée National de La Marine
Uma das salas de exposição do Musée National de La Marine
Um dos bunkers do complexo de Keroman 3
Abrigo principal de Keroman 3
Submarino alemão Seehund, valiosa peça do acervo do Musée National de La Marine
Submarino convencional classe Daphné, o Flore, no trilho que puxava os U Boats para o seco
Interior de um dos boxes em Keroman 3
Abrigava dois U Boats flutuando
Com Jean-Louis Maurette em frente ao bunker principal de Keroman 3
Nossa guia aguarda atenta junto a uma porta blindada
No teto de Keroman 3
Lembram do filme Das Boot? Pois é, igual
Torres de flak no teto de Keroman 3
Interior de uma torre de flak. Ao fundo, a saída para o mar
Baixa-mar em Loriant
Villa Kerillon, o QG do almirante Doenitz
Brindando Keroman 3 no Bar Le Margaret com o amigo francês Jean-Louis Maurette, Lorient
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