Olá amigos do Blog. Estava em Palau, pequeno país insular da Micronésia, com 460 km² de superfície e formado por 8 ilhas principais. Durante a II Guerra Mundi Olá amigos do Blog. Estava em Palau, pequeno país insular da Micronésia, com 460 km² de superfície e formado por 8 ilhas principais. Durante a II Guerra Mundial, fora uma importante base logística-operacional japonesa.
Havia al, fora uma importante base logística-operacional japonesa.
Havia encerrado uma sequência de mergulhos em naufrágios de
navios japoneses, sempre com apoio impecável da operadora Fish´n Fins. Desta
forma, visitara os Navio dos Capacetes, Iro, Amatsu Maru, Chuyo Maru, Nagisan
Maru, Gozan Maru e outros mais. Até um hidroavião japonês Aichi E1 3A Jake e um
bombardeiro americano B-24. Que aventura!
Queria mais. Planejei então ir até a ilha de Peleliu, local a
sudoeste de Palau e onde havia acontecido uma feroz batalha, talvez uma das
mais sangrentas da Guerra no Pacífico. Os americanos acreditavam que iram
conquistar a ilha em 4 dias, levaram mais de 2 meses. Tiveram que exterminar um
por um todos os soldados do fanático e aguerrido Cel Kunio Nakagawa.
Para chegar a Peleliu deveria pegar o ferry, o Nippon Maru
II, uma embarcação com cerca de 26 m, que partia de um cais na ilha Malakal. O
Nippon atracou no cais com 3 horas de
atraso e foi tomado de assalto por uma multidão de micronésios que quase me
levaram de arrasto para bordo. Parecia que fugiam dos japoneses há 74 anos
atrás. Observei o capitão, um tipo possante, de aspecto desmazelado, com cara
de pirata chinês do século XVIII. Era cheio de autoridade. Só faltava o sabre e a pistola enfiados na
cintura.
Sentei a boreste, no costado junto ao cais, local onde
tentava embarcar um senhor com mais de 70 anos totalmente embriagado. Tinha
tomado todas. Trocava as pernas titubeante, e rodopiava entre o concreto e o
costado do ferry. Poderia cair na fenda entre o casco e o cais e morrer
esmagado. Não deu outra! Droga! Peguei-o pelo braço no momento exato da queda e
foi direto para o convés. Mole e anestesiado, não se machucou, agradecendo com
um bafo medonho e indo deitar em um banco perto da popa onde dormiu de
imediato.
Era quase noite quando zarpamos. Fazia um calor delicioso e
pude observar um crepúsculo avermelhado no Pacífico de rara beleza. Logo se fez
noite e senti que o Nippon navegava muito rápido. Bem, o pirata chinês devia
saber o que fazia. Conhecia de cor esta rota, pensei.
-- Rooooffff bruuummmmm!!! O ferry vibrou de proa a popa em
um estrépito pavoroso. Um solavanco de dar medo.
Maldição, batemos em alguma coisa! E de imediato começou uma
gritaria entre os passageiros, algumas crianças e mulheres chorando. Somente o ancião
bêbado estava bem, dormia a sono solto. Roncando de boca aberta, lá na popa.
Lembrei do Príncipe de Astúrias, navio espanhol que afundou em 1916 ao largo de
Ilhabela. Um pavoroso naufrágio.
Durante 15 minutos a tripulação do ferry manobrou a
embarcação para escapar do enrosco de coral. Toda a força à frente, toda a
força à ré. Achei que o casco não iria resistir ao coral afiado, mas nos
safamos.
Chegamos no porto de Peleliu tarde da noite. Foi um alívio. No
que o ferry encostou, o bêbado acordou e vendo o nervosismo dos passageiros, veio
perguntar para mim o que havia acontecido. Que história!
Este relato está completo no capítulo 5 do livro De
Guadalcanal a Creta. Reserve o seu exemplar pelo e-mail ulissess18@yahoo.com.br
A llha Peleliu ficava a sudoeste em Palau
Mapa do desembarque americano
O Nippon Maru II no cais da ilha Malakal, Palau
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