Olá amigos
do Blog. Estava há uma semana em Rabaul, Papua-Nova Guiné, principal porto da
ilha da Nova Bretanha e base japonesa durante a II Guerra Mundial. Na verdade,
ele, o porto, ocupava a margem de uma enorme caldeira alagada de um vulcão,
águas calmas, protegidas e profundas conhecida como Simpson Harbor. Rabaul
possuía uma importante posição estratégica no sudoeste do Pacífico, detalhe que
provocou uma constante chuva de bombas americanas.
Com o apoio
eficiente da Kabaira Dive, operadora de mergulho sediada em Rabaul. havia já
mergulhado nos naufrágios de um hidroavião biplano Mitsubishi F1M Pete, em três
caças Zero e mais alguns cargueiros japoneses. Fizera ainda um detalhado tour
em terra, oportunidade em que conheci o memorial do Montevideo Maru, navio lotado
de prisioneiros australianos que foi torpedeado pelo submarino americano USS
Sturgeon, museus militares, o Bunker de Yamamoto e os restos de dois
bombardeiros japoneses, possivelmente um Betty e um Sally.
Mas tinha
mais. Saburo Sakai foi o maior ás japonês que sobreviveu a II Guerra Mundial,
com 200 combates e 64 vitórias aéreas.
No seu eletrizante livro Samurai, ele descreve o período que passou em Rabaul.
Ah, com a
paciência dos guias, eu queria achar a pista de decolagem que Sakai e seu grupo de caça, utilizaram em
1942. Isto era História.
Munido de
mapas, fotos, livros e a descrição de Sakai, rodamos com a van da Kabaira por
diversos locais para localizar a tal pista. A descrição abaixo foi fundamental
e está no livro do piloto japonês:
“Rabaul parecia
arrancada das profundezas do próprio inferno. Havia uma estreita e poeirenta
pista, que iria servir ao nosso grupo. Era a pior pista que eu já tinha visto
em qualquer lugar. Imediatamente atrás desta pista miserável, um vulcão medonho
subia 700 pés para o alto. A cada poucos minutos, o chão tremia e o vulcão
gemia profundamente, e então arremessava algumas pedras e uma grossa fumaça
sufocante”.
Então
encontramos! Caminhei pela pista de Sakai. Pedregosa, cheia de cinzas pretas e
ao fundo, vi o tal vulcão. Um cheiro intenso de enxofre. Pensei em tudo que
tinha acontecido ali. Uma emoção muito forte. Que história!
Este relato
completo está no livro De Guadalcanal a Creta.