Olá amigos do Blog. Estava em Creta, a maior e mais ao sul de
todas as ilhas gregas, envolta em um Mediterrâneo azul-brilhante e abençoada
por um sol luminoso a maior parte do ano. Havia feito uma série de mergulhos no
naufrágio de um caça alemão Messerschmit 109 G, algo emocionante.
Agora, encerrara os mergulhos e partia para a segunda fase da
viagem. Conseguira um guia com um flamante Mercedes para realizar algumas
visitas em locais históricos e interessantes. Em Creta, no dia 20 Mai 41, havia
acontecido a primeira operação aeroterrestre verdadeiramente estratégica da
História, uma invasão vinda pelo ar. Milhares de paraquedistas alemães saltaram
ou aterrissaram em planadores sobre a ilha, iniciando um feroz combate com
tropas neozelandesas, australianas, britânicas e gregas. A Batalha de Creta
iria durar 10 dias e no final, apesar de elevadas baixas, os alemães foram
vitoriosos.
Por esta época, um menino grego com 10 anos, George Andreas
Hatzidakis, morador da vila de Askifou, foi testemunha dos principais eventos
da invasão. Fascinado com tudo aquilo, esperou terminar a guerra e a partir de
1945 começou a coletar o farto material bélico que se encontrava espalhado pela
ilha. Aos poucos, levou para a sua casa e organizou um museu privado, o único
de Creta. Hoje, o Museu de Guerra de Askifou é administrado pelo seu filho,
Andreas e a nora, Kathrin. A entrada é franca mas um pequeno cartaz sugere a
doação de qualquer valor. O acervo, embora aparentemente desorganizado, sem um
cuidado expográfico maior, é mais rico do que o do Museu Militar de Atenas. Boa
parte da casa onde mora a família está plena deste valioso material, bem como a
frente e o alpendre. Que história.
Toda esta eletrizante jornada está completa em capítulo do
livro De Guadalcanal a Creta. Reserve o seu exemplar pelo e-mail
ulissess18@yahoo.com.br. Ainda há um lote de 160 livros, os últimos.
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Nas proximidades do museu, a placa alerta os visitantes
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Na frente da casa, um Can AAe Bofors de 40 mm dá as boas vindas
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A casa onde mora a família está cheia de material bélico
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Com a Kathrin Hatzidakis
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Valioso acervo na parede de uma sala no interior da casa
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Outra sala interna do museu
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Um acervo sobre a Batalha de Creta mais rico do que o do Museu Militar de Atenas
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Material britânico
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Parede externa da casa
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Capacetes de aço, pás de sapa, jerrycans e carrinho de munição
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Metralhadora MG 34 com carregadores tipo sela
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Acervo no alpendre da casa: uma metralhadora russa Maxin. O que faria em Creta?
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Capacetes de aço britânicos modelo Brodie Mk II
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Seria a hélice de um Junkers 87 Stuka?
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Capacete de aço austríaco M 16 da I GM. O que faria em Creta? |
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Jerrycans, obuses e granadas
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Capacete de aço M 40 alemão |
cavaleirodasprofundezas@gmail.com
Nestor Antunes de Magalhães é 2º Ten R/1 do Exército Brasileiro, tendo servido os nove últimos anos de sua vida profissional no Museu do Comando Militar do Sul, Porto Alegre. É membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB), mergulhador CMAS** com quatro especializações, Submarinista Honorário da Marinha do Brasil e recebeu a Medalha do Mérito Tamandaré. Mergulhou em inúmeros naufrágios por toda costa brasileira, destacando, entre outros, a participação em uma expedição exploratória no Parcel de Manuel Luís, Maranhão. Também mergulhou em naufrágios de Truk Lagoon, Hawaii, Golfo de Suez, Golfo de Aqaba, Estreito de Tiran, Estreito de Gubal e Mar Vermelho.
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