Olá amigos do Blog. É difícil atender a todos. São muitos
pedidos para repetir determinados artigos. Estão chegando quase todos os dias.
Bem, vamos fazer o possível para atendê-los. Não atirem em mim, eu faço o
possível. Estava em uma pequena cidade chamada Primosten, na encantadora
Croácia, com a finalidade de mergulhar e explorar o naufrágio de um bombardeiro
de mergulho Junkers 87 Stuka. A informação dele me fora passada pelo meu velho
e talentoso dupla que mergulhou comigo em Truk, o português Luís Mota. Havia
conseguido contato on line com a operadora Diving Center Pongo e com o guia, o
croata Borko Pusic. O Stuka fora abatido por fogo antiaéreo em abril de 1941 e
seus destroços jaziam ao largo da ilha Zirge. Levamos perto de uma hora com um
inflável para alcançarmos o local do naufrágio. O Mar Adriático estava calmo,
sem corrente, a visibilidade era de 25 m e a temperatura da água perto de 20
°C. Uma água verde, transparente, e lá embaixo, pousado na areia, a 30 m, estava
o lendário Stuka. Eu fiquei fascinado, podemos dizer até apalermado, nadando
perfeitamente neutro e sem sinal de narcose ao redor do avião. Me sentia um ser
privilegiado, abençoado. Puxa vida, só os adoradores de tudo isto podem avaliar
e entender um momento como aquele. Deliciava-me com cada detalhe: as luzes de
navegação na ponta das asas, os ailerons, o alojamento do farol na borda da
asa, o cockpit, a base da antena, o manche, o assento do piloto, os
carregadores tipo sela da MG 15 e as duas metralhadoras MG 17 nos bordos de
ataque das asas. É claro que sentei dentro daquele cockpit enquanto lembrava de
Hans-Ulrich Rudel e as suas 2.530 missões. Claro, só podia pensar nele e nas
suas façanhas extraordinárias.
Não era um avião grande. Tinha pouco mais de 11 m de
comprimento e estava muito inteiro para 76 anos de submersão. Somente o motor
Junkers Jumo 211 havia se destacado da fuselagem com o choque na água e estava
a poucos metros na areia.
Esta jornada, completa e emocionante está no livro De Guadalcanal
a Creta. Que história!
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Lá em casa o meu Junkers 87 na escala 1/32 vestindo roupa africana |
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A 30 m de profundidade, neutro, sobre o Junkers 87. Observem o trapézio da bomba ainda no seu lugar |
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O motor Junkers Jumo 211 lançado à frente com o choque na água |
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Vista do cockpit de posição sobre a asa esquerda |
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Cockpit, fuselagem e lemes de profundidade com montantes |
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Metralhadora MG 17 na borda da asa direita |
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Alojamento do farol de aterragem e metralhadora MG 17. Asa esquerda |
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Carregadores extras tipo sela para a metralhadora MG 15, ainda municiados com 70 cartuchos de 7,92 mm |
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Parte traseira do cockpit onde se nota a posição do artilheiro de cauda |
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Momento de grande emoção e respeito: sentando no assento do piloto |
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Boca do cano da metralhadora MG 17 |
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Mais emoção: no segundo mergulho novamente sentando na posição do piloto |
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Posição do artilheiro de cauda que manejava uma MG 15 |
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Cauda com montantes |
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Com com 18 minutos de tempo de fundo já era hora de emergir |
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O Adriático nos foi amistoso: calmo e sem corrente |
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Toda esta aventura completa e muitas outras, estão no livro De Guadalcanal a Creta. Reserve o seu exemplar pelo e-mail ulissess18@yahoo.com.br |
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Parada de segurança a 5 metros |
cavaleirodasprofundezas@gmail.com
Nestor Antunes de Magalhães é 2º Ten R/1 do Exército Brasileiro, tendo servido os nove últimos anos de sua vida profissional no Museu do Comando Militar do Sul, Porto Alegre. É membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB), mergulhador CMAS** com quatro especializações, Submarinista Honorário da Marinha do Brasil e recebeu a Medalha do Mérito Tamandaré. Mergulhou em inúmeros naufrágios por toda costa brasileira, destacando, entre outros, a participação em uma expedição exploratória no Parcel de Manuel Luís, Maranhão. Também mergulhou em naufrágios de Truk Lagoon, Hawaii, Golfo de Suez, Golfo de Aqaba, Estreito de Tiran, Estreito de Gubal e Mar Vermelho.
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