Retornei há pouco da Noruega, uma viagem fantástica. Lá, tive a feliz oportunidade de visitar a fortaleza de Oscarsborg, conhecer a sua empolgante história e reconstituir boa parte da Batalha do Estreito de Drobak. Fato que ocorreu na madrugada do dia 09 Abr 40, no desenrolar da Operação Weserübung, a invasão da Dinamarca e Noruega pela Alemanha. Naquela data, o cruzador pesado Blücher, belo navio da classe Hipper, com mais de 200 m de comprimento e deslocando perto de 18.000 t, liderou uma flotilha cuja missão era tomar de assalto o porto de Oslo e, entre outras, capturar o Rei da Noruega. Acontece que no caminho, estava a secular fortaleza de Oscarsborg com três canhões de 280 mm, chamados de Joshua, Moses e Aron, e ainda uma bateria de velhuscos torpedos Whitehead Mod V, dispostos em três lançadores duplos alojados em um abrigo escavado na rocha, tangenciando a linha da água. O Blücher foi inicialmente atingido por duas formidáveis granadas de 280 mm, semi-perfurante-explosivas que vararam a blindagem e detonaram nas suas entranhas, danificando gravemente o navio. Mesmo assim prosseguiu à frente, aumentando a velocidade, quando foi novamente atingido, no costado de bombordo, agora por dois torpedos lançados da fortaleza. Alguma distância adiante, o navio moribundo emborcou, afundando de proa em um rebojo de espuma, óleo e destroços.
Mesmo com as margens do fiorde e de ilhas, próximas, ocorreu sensível perda de vidas entre marinheiros e soldados devido a baixa temperatura da água do mar. Este acontecimento permitiu que o Rei, a família real e o Parlamento, tivessem tempo para fugir da capital. A ironia de tudo foi que a guarnição de artilheiros era constituída por recrutas com pouco mais de dez dias de instrução, os canhões eram de fabricação Krupp e o comandante da fortaleza um velho coronel chamado Birger Eriksen. O naufrágio do Blücher se encontra atualmente a quase 90 m de profundidade e assim como o USS Arizona, continua liberando óleo combustível na água do fiorde. No dia seguinte a batalha, a Luftwaffe bombardeou duro a fortaleza e os alemães ocuparam o local. Mesmo assim o que aconteceu foi surpreendente.
 |
Aron, um dos três Krupp 280mm da fortaleza |
 |
Na boca do Moses |
 |
Uma formidável culatra |
 |
Parte posterior do poderoso Joshua |
 |
Interior da bateria de torpedos |
 |
No museu da fortaleza: modelo do Blücher em escala e o coronel Birger Eriksen |
 |
Posição no fiorde por onde o cruzador aproximou-se da fortaleza. |
 |
Uma das âncoras do cruzador no porto de Oslo
|
 |
Porta externa da bateria de torpedos |
 |
Vista área da Fortaleza de Oscarsborg |
 |
Detalhe na haste da âncora
|